segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Quem Nunca Quis Jogar Calvinbol?


Sei que muitos já sabem quem são os dois, mas, para quem teve o infeliz desprazer de nunca ter se deparado com uma tirinha da dupla, Calvin é um menino loiro, hiperativo, de seis anos de idade que sempre anda acompanhado por seu tigre de pelúcia, que é real para os olhos do garoto, Haroldo.

Não faz tanto tempo que vim a conhecer a obra de Watterson, autor de “Calvin e Haroldo”. Na verdade, acho que demorei tempo demais para ler algum dos deliciosos quadrinhos dos dois, mas bastou fazê-lo para começar a devorar seus livros, sempre com os olhos embaçados de lágrimas e com gargalhadas jorrando pela minha boca.

Não tenho dúvida alguma de que Calvin é meu principal ídolo feito a lápis, logo atrás dele estão o Homer, que dispensa apresentações, o Billy, das “Terríveis Aventuras de Billy e Mandy”, e o Peter, do “Family Guy”. Bom, não é fácil estar acima de todos estes personagens geniais, mas para mim o humor de Calvin é, digamos assim, mais “puro” que os dos demais, pois a piada é a própria situação em que um garoto de seis anos acompanhado de um tigre de pelúcia consegue se meter, não conta com comentários racistas, estúpidos ou nojentos, como é o caso dos outros.

Nesse ponto, Watterson foi bem eficiente. Ele conseguiu captar bem o universo infantil em seu trabalho, escrevendo situações um tanto quanto anormais, mas perfeitamente aceitáveis para um garoto como Calvin. Lembro que eu também tinha uma espécie de Haroldo, mas não tão engraçado quanto o tigre; um pedaço de pano que chamava de “mimi”, parecido com aquele lençol do Linus no “Minduim”. Além disso, quem nunca pensou em explodir a escola alguma vez? Qual garoto não adora acordar cedo nos fins de semana para ver desenhos e comer todo o tipo de guloseimas que conseguir? Quem nunca quis jogar Calvinbol?! Duvido que alguém, quando criança, gostasse de tomar banho ou de ir dormir cedo. Eu mesmo fazia com a minha mãe uma espécie de rodízio, uma vez por semana eu tinha o direito de ir dormir sujo.

Mas ainda que tenhamos algumas semelhanças, nunca fui como o Calvin, quem me dera... Meu “mimi” nunca falou comigo, nem nunca consegui virar um astronauta, ou um super herói, isso quem fez foi o meu irmão, o que resultou em uma série de pontos em seu queixo.

Mas, pensando bem, talvez seja bom não ser o Calvin... fosse esse o caso, você já imaginou quantos remédios para hiperatividade teria que tomar? Mesmo assim, gostaria de ter jogado Calvinbol.

2 comentários:

  1. ainda bem que você toma banho todo dia agora Lima...

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  2. Nossa cara pode crer! Eu era total calvin cara, no sentido de viver num mundo imaginário, quando eu era criança. Imaginava muito, e tudo que eu imaginava parecia muito real pra mim... Me identifico com as piadas do Calvin que nem você... desde que sou criança as leio, e acho genial... É esse cara que me incentivou a desenhar em primeiro lugar..
    Queria agradece vc Lima, por sempre elogiar meus desenhos, que mesmo sendo bem humildes, e toscões, vocÊ faz questão de mostrar que gostou!Obrigado,
    Abraaço

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