terça-feira, 25 de agosto de 2009

Seriam os Farrapos Revolucionários?

No ano de 1835, mais precisamente no dia 20 de Setembro de 1835, em meio a gritos fortes e alegres de independência, é proclamada pelo coronel Neto a República Rio-Grandense, cuja capital era a cidade de Piratiny.

A república foi proclamada em meio a uma guerra movida por interesses patrióticos e principalmente econômicos entre grandes estancieiros Rio-Grandenses e tropas imperiais, até então sob o comando de Dom Pedro I.

Após declarar independência, se juntaram à causa Rio-Grandense pessoas que lutavam por ideal, como o italiano Giuseppe Garibaldi que lutava por democracia; grande parte dos negros que buscavam sua liberdade, como os havia prometido os líderes da revolução.

A revolta dos Farrapos foi a maior guerra civil em território brasileiro da história, chegando a durar dez longos anos. Acredito que a longa duração se deu pela gana ideológica dos Farrapos, já que ao longo dos dez anos de batalha sempre estiveram em minoria e menos equipados.

Há quem diga que a guerra não foi uma revolução, já que a nobreza Rio-Grandense é que ficaria no poder, não havendo, portanto, uma mudança de classe significativa. Apesar de saber que a luta se originou por divergências econômicas, e que o que realmente interessava aos grandes estancieiros eram as melhores condições de comércio de seus produtos, vejo a revolução como uma enorme fonte de inspiração inovadora, que segue até hoje no coração de cada Rio-Grandense.

Eles lutaram pela nobre causa da liberdade, contra um império que não oprimia somente os estancieiros, mas cada cidadão livre ou escravo. Mesmo querendo se separar do império, lutavam com as cores verde e amarelo de sua pátria mãe, juntamente com o vermelho, cor revolucionária que homenageava o sangue derramado dos Rio-Grandenses em todas as batalhas que ocorreram na região, muitas delas defendendo o próprio império brasileiro.

Em seu hino vangloriavam a virtude e glorificavam a república ateniense. Além de tudo, respeitavam as diferenças e admiravam a bravura dos soldados romanos: ”Povo que não tem virtude acaba por ser escravo”.

É por esses motivos que acredito no título de revolução para essa guerra que começou movida por interesses e acabou sendo movida por ideais.

- Camaradas! Gritemos pela primeira vez: Viva a República Rio-Grandense! Viva o exército republicano Rio-Grandense! – General Antonio de Souza Neto, 11 de Setembro de 1836.

2 comentários:

  1. É interessante pensar no fato das pessoas quererem se sgregar para tentarem viver melhor. O que será que nos leva à pensar que caso nos dividamos, nos separemos, nos capacitaremos à organizarmo-nos melhor? Se pá é isso que impede o mundo de entrar em maiores consensos, e desacelera o entendimento diplomático.

    ResponderExcluir