quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Como o Brasil foi apodrecendo?

Os poderes começaram a “definhar” aproximadamente no ano de 1889, no período da República das Oligarquias Cafeeiras, o coronelismo e o curral eleitoral evidenciaram como o sistema supostamente “impenetrável”, foi “apunhalado pelas costas” por parte dos próprios representantes dos poderes! Naquela época ficou nítida a opção dos governantes brasileiros em priorizar uma minoria e excluir a maioria, não é a toa que se destacaram muitas revoltas de caráter popular, exemplo disso é a Revolta da Vacina, que “empurrou” os pobres para os morros, “deslocou” os negros do âmbito social. Que coisa mais ridícula essa política de branqueamento, essa tentativa de “europeizar” a sociedade brasileira, isso não tem nada de moderno.

100 anos mais tarde, 1990, entra vem vigor o Plano Collor, um conjunto de reformas econômicas e ações para estabilização da inflação: Programas de reforma de comércio externo, política industrial mais conhecida como PICE, e um Programa de Privatização intitulado Programa Nacional de Desestatização, mais conhecido como PND. Fernando Collor de Mello teve seu mandato precidencialista cassado em 1992, por envolvimento em esquemas de corrupção, em parceria de seu sócio e tesoureiro de campanha eleitoral Paulo César Farias. Então, os poderes não melhoraram, muito menos a estrutura do país. Corrupção é sinônimo de “involução”, de retrocesso! O "esquema PC" arrecadou exclusivamente de empresários privados o equivalente a US$ 8 milhões, R$ 15 milhões, em dois anos e meio do governo Collor. PC Farias teria controlado quase todos os ministérios durante o governo Collor e diversos setores da economia. O ex-tesoureiro da campanha de Collor teria manipulado grandes contratos do país através da indicação de funcionários no segundo e terceiro escalões do governo para alterar documentos, criar contas fantasmas e desviar, sem pistas, verbas que deveriam ser aplicadas em obras públicas, educação, saúde, segurança e previdência social. A Polícia Federal, ao longo de investigações no Brasil e no exterior localizou contas de PC Farias na Europa, de onde foram feitas transferências para as contas em Nova York e Miami. Repare que o fato de um presidente “passar” suas obrigações a outra pessoa, é ferir a constituição da maneira mais grave, afinal de contas, uma vez eleito presidente, as responsabilidades de “chefe do país”, cabem a ele e só a ele.

Mensalão, 10 anos após o escândalo do governo Collor, o povo brasileiro saturado de corrupção, explode na mídia Roberto Jefferson denunciando um esquema que desvia verba pública. Considerada a maior crise política sofrida pelo governo brasileiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2005/2006, suposta "mesada" paga a deputados para votarem a favor de projetos de interesse do Poder Executivo. Foi descoberto em julho de 2008, durante uma investigação sobre o banqueiro Daniel Dantas, que o Banco Opportunity foi uma das principais fontes de recursos do mensalão. Através do Banco Opportunity Daniel Dantas era o gestor da Brasil Telecom, controladora da Telemig e da Amazonia Telecom. As investigações apontaram que essas empresas de telefonia injetaram R$ 127 milhões nas contas da DNA Propaganda, administrada por Marcos Valério, o que, segundo a PF, alimentava o Valerioduto, esquema de pagamento ilegal a parlamentares. A Polícia Federal pôde chegar a essa conclusão após a Justiça ter autorizado a quebra de sigilo do computador central do Banco Opportunity. A maioria dos problemas explode no Executivo, justo aquele poder que é supervisionado e comandado diretamente pela “força maior do Estado”, o presidente que teria o poder da “ação”, de concretizar, de definir.

Não quer dizer que no Legislativo e Judiciário não existam problemas, claro que temos. Exemplos destes são quando o TCE julgou irregular a Tomada de Contas do Legislativo Municipal de Barros Cassai no exercício de 2004. O conselheiro Porfírio Peixoto, em seu relatório e voto, levantou ressalvas às normas de administração financeira e orçamentária. Depois de ser cientificado da decisão, o presidente da Câmara de Vereadores de Barros Cassai, no ano citado, teria um prazo de 30 dias para recorrer e tentar reverter sua situação (ele que se vire pra provar que não desviou verba, quero só ver). Ou também quando o jurista Elival da Silva Ramos, que acaba de conquistar uma cadeira de professor titular de Direito Constitucional da Universidade de São Paulo criou uma tese contrária ao ativismo desse Poder. "O Judiciário, às vezes de maneira um pouco inconsequente, tenta resolver os problemas nacionais, custe o que custar. E, na verdade, cria outros problemas", disse ele ao Estado. "Se acreditarmos que o STF pode decidir de maneira livre, aquilo que quiser, então joga fora a Constituição e o Supremo vai escrever outra." Isso demonstra que “decisões de maneira livre” são comuns quando os representantes dos poderes são reunidos, fugindo do que está pré e pós estabelecido na Constituição!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Olimpíadas vem aí!

Depois da euforia em relação à vitória do Rio para sediar as olimpíadas de 2016, vamos tentar fazer uma análise mais fria e centrada.

As olimpíadas, a Copa do Mundo de 2010 e os jogos Pan-americanos de 2007 demonstram a importância geopolítica que nosso país vem tendo mundialmente nos últimos tempos. Até por que, vencemos na disputa para a execução das olimpíadas, potências inquestionáveis, como Chicago (EUA), Madrid (Espanha), Tokyo (Japão), entre outras.

Porém, é Curioso analisar a posição do povo japonês que em meio à crise mundial, rejeitou os jogos com aproximadamente 40% da população. Eles gostariam que esse dinheiro não fosse investimento na modernização da infra-estrutura necessária para execução dos jogos, e sim em outras áreas que beneficiassem diretamente a todos. Sem considerar que tratamos de um país resolvido economicamente e que, certamente, não tem nossos problemas sociais.

Enquanto isso, batemos palma para um evento que custará cerca de 26 Bilhões de reais, aproximadamente 1% do PIB brasileiro, se considerarmos o ano de 2008. Com certeza teremos uma maior infra-estrutura para a cidade do Rio de Janeiro, mas apenas para o Rio, com o dinheiro dos outros Estados. Além de que, tratamos de uma melhoria de infra-estrutura até a segunda página, pois muitas dessas obras ficaram sem uso depois dos jogos.

Quantas escolas e hospitais poderiam ser construídos com esse dinheiro? E se somarmos os gastos do Pan de 2007 e do que se pretende gastar na Copa de 2010, com as Olimpíadas? Claro que para um governo que quer se restituir no poder, essas cerimônias são mais importantes, porque impressionam infinitas vezes mais a população.

Nem citarei a violência como um problema, pois é possível prever que a repressão será tão forte nas favelas cariocas a ponto de capitão Nascimento nenhum colocar defeito. Isso por que nem consideramos uma questão crônica do nosso país: a falta de transparência com o uso do dinheiro público.

Mais do que a corrupção, os últimos escândalos que saíram na mídia aumentam o pessimismo em relação a essa organização. Como queremos organizar tantos eventos de tamanha importância, se temos dificuldade em organizar uma prova, como o ENEM? A segurança de uma prova foi violada, portanto, imaginem o que pode ser feito com os milhares de atletas de inúmeros países.

Um recente acontecimento que mexe com outro ponto de extrema importância para a efetuação de tais eventos, demonstrou as condições dos transportes cariocas. O Rio, como outras grandes cidades brasileiras, tem grandes defeitos nesse aspecto, tanto que centenas de pessoas ficaram sem condições de trabalhar na baixada fluminense, como constatou a Folha de S. Paulo do dia 8 de outubro. As conseqüências disso foram à destruição dos estabelecimentos do metrô.

Logo, a festa poderá ser linda (como deverá ser), mas ainda podemos nos deparar com novos alvoroços políticos de corrupção, de violência, entre outros. Porém, depois de saber que o Estado brasileiro tem tanto dinheiro para investir em um acontecimento esportivo, podemos cobrar e nos perguntar em relação ao pouco caso governamental com a saúde e a educação.

O que me incomoda é isso; penso que a execução de tais eventos são investimentos supérfluos. Não teria essa posição se outras áreas estivessem passando por uma reforma, ou até em construção, visando uma melhor base em diversos sentidos para a grande maioria. Contudo, torço para que esses eventos sirvam de lazer para uma cidade, como a maioria da nação, carente de momentos públicos prazerosos.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A Utopia

Antes de tudo, me considero muito utópico. Para que e como viver sem as utopias? O mundo sem elas faz com que fiquemos no absoluto conformismo, que aceitemos tudo, nos tornando niilistas. Elas são as maiores fontes de críticas, que como conseqüência, exigem a renovação de todo e qualquer pensamento.

Realmente, muitas das experiências socialistas foram falhas, mas serviram para que os filósofos, diferentemente do dito por Marx, continuem pensando o mundo, como foi proposto por Theodor Adorno. Logo, a prática possibilita um aperfeiçoamento da teoria, para que os equívocos sejam explicados e futuramente não se repitam.

Hoje em dia, entendemos alguns dos motivos para tais revoluções socialistas não terem sido o esperado. Primeiramente, o homem socialista, na maior parte do tempo e dos casos, não foi criado. Portanto, idealizaram um regime que preza a solidariedade, ou seja, fraternidade, igualdade e até a liberdade com uma mentalidade capitalista, de competição. Sito esses valores, porque eles não são restritos aos burgueses. Passaram a ser valores ocidentais, inclusive, da esquerda em si.

Talvez, os governos socialistas não nos deixaram muito esperançosos, mas ela, teoria, faz-me crer muito nesse ideal. Enquanto muitos, por outro lado, defendem uma que teoria que nela, já está à desigualdade, como a liberal.

Curioso é observar, escritos liberais que ousam falar em liberdade. O que considero, neste caso, um bem muito restrito e particular, com o caráter pequeno burguês. Como nosso professor de história disse, defender essa liberdade, proposta pelo liberalismo, inclusive a de mercado, é, simplesmente, defender um privilégio. Quantos são aqueles que podem colocar seus filhos em uma escolar particular? Bom, para estes, realmente, a liberdade burguesa existe, pois possuem um grande leque de opções. Já que, ela se resume ao quanto de dinheiro que você tem no bolso.

A liberdade, no entanto, deve ser pensada de modo coletivo. Agnes Heller, primeiramente, acredita que esse sistema alienante cria estereótipos, preconceitos, devido ao seu cotidiano pragmático, direcionado para o consumo. Portanto, nossas ações são pautadas por valores que liquidam nossa liberdade, que deveria ser baseada na reflexão, ou seja, uma ação ativa e não passiva.

Além disso, a liberdade não é ago quantitativo, de quantas pessoas são livres, mas sim, qualitativo, se nossa sociedade, por exemplo, é ou não livre. Nossas ações cotidianas estão tão relacionadas aos outros que não teria condições de escrever esse texto, sem o trabalhador que o produziu em determinada indústria e sem as conversas com o companheiro Vitor Quarenta. Deste modo, a falta de liberdade de um, fará com que todos não a tenham. Será que o filho de um determinado burguês, no gera, é livre a ponto de ir a uma favela? Além de poder ter seus preconceitos, o que não é ago necessário, ele não faz parte de determinados contratos sociais que lá, podem existir devido, também, a falta de liberdade.

Porém, nem é isso que mais me incomoda. O problema é atacarem a ideologia marxista criada, muitas vezes pelos próprios governos de esquerda por meio da sua arte, como se fosse à teoria. Vamos deixar bem claro que não existe essa de igualdade plena, de todos iguais a todos. Uma das bases de Marx, Espinosa, acredita que todos somos singularidades, que recebemos de modos diferentes os afetos exteriores a nós. Se todos nós somos diferentes, por que tratar todos de modo igual? Para isso ser realmente uma igualdade, todos nós deveríamos ter o direito e a chance de ter suas diferentes necessidades supridas, igualmente.

Enquanto a outra base de Marx e Engels, Hegel, refuta a idéia de que somos naturais, como também faz aquele nosso professor de história. Temos muito pouco de natural. A alimentação, hoje em dia, por exemplo, não tem apenas uma função de nos alimentar. Não deveríamos ter o medo de morrer de fome, tanto que não saímos de casa para caçar, e muito menos aceitamos comer tudo o que achamos. Ela passou a ter um papel muito distinto; o de ser algo prazeroso. Nela são transmitidos valores. O sentimento de liberdade ao beber uma coca-cola e lembrar-se das suas propagandas, onde até os ursos bebem-na e se jogam de cachoeiras de uma maneira magnífica. Logo, podemos concordar e entender a tese hegeliana de que a cultura é a negação da natureza. Deixamos de ser naturais, na medida em que os objetos naturais não nos satisfazem, ou seja, quando passamos a produzir e nos relacionar, para melhor nos relacionarmos.

O homem, então, em suas comunidades, se torna um ser da práxis, ou seja, passa a ter uma relação direta com a natureza e com outros homens com um propósito bem definido, de melhorar suas condições de vida. O problema, como no exemplo da alimentação, aparece na distribuição de renda e de alimentação, e não a falta dela.

O sistema proposto por Adam Smith é, sem dúvidas, alienante, com uma grande divisão social do trabalho. O mercado, criado por ele, passa a ter vida própria e, na maioria dos casos, agir contra nós. A teoria criada por Marx tenta liquidar isso.

E para aqueles que julgam os regimes socialistas como assassinos, proponho que tentem ver o quanto a GM, ou outras forças capitalistas, matam por ano. Sem querer defender a morte de muitos por estes regimes, o que está totalmente errado, mas como um professor disse; agora o de geografia, o que mais mata ao ano, de modo disparado, são os acidentes de trânsito.

A minha escolha foi essa, lutar por um mundo melhor por meio da teoria socialista, que preza pela fraternidade, ao invés de cruzar os braços e aceitar a enorme exclusão social. Duro é ver que mesmo quando o socialismo chega ao poder de modo democrático, as forças internacionais atacam o palácio do governo, e deixam morto seu presidente, como o que aconteceu com Salvador Allende.

domingo, 18 de outubro de 2009

viol(ci)ência ?!

A violência praticada dentro do ambiente escolar vêm sendo cada vez mais comum e, infelizmente, trazendo malefícios que podem se tornar irreversíveis a nossa geração e sociedade. Cada vez mais e de diferentes formas, a violência vem sendo “aceita”, tornando-se comum e tolerante. Mesmo em países desenvolvidos, a violência vem sendo cada vez mais praticada nas escolas e universidades. A geração cada vez mais abriga e educa jovens que desrespeitam a si mesmos e aos outros, sem ter a mínima noção do que fazem. Em uma sociedade como a nossa, os jovens se vêem cada vez mais no dilema da responsabilidade/diversão e, ainda por cima, vinculando esta diversão a agressões e desrespeitos ao próximo.
As notícias que se estampam quase todos os dias nos jornais, não impressionam mais. Casos de agressões graves dentro do ambiente escolar, como o caso da estudante que foi espancada na porta da escola em Brasília, no dia primeiro de outubro, não chamam mais a atenção. E os professores, que já sofrem com salários péssimos, pressão psicológica de todos os lados, ainda sofrem com o medo da violência, que aumenta a cada dia. Assassinatos a professores em portas de escola, principalmente no interior do pais, não assustam mais a sociedade como deveriam e as pessoas não pensam o quanto isso pode prejudicar a nossa sociedade e o futuro.
Mesmo com o problema se alastrando pelo mundo, a sociedade não parece dar importância ao fato. No Brasil, por exemplo, este problema nem está entre as prioridades das políticas educacionais. Cabe a órgãos como o MEC e a Unesco a ação; porém estima-se torno de 200 mil estabelecimentos que contenham uma política oficial contra a violência. É verdade que nas escolas de elite brasileiras, o problema é bem menor do que em escolas de elite americana, por exemplo. Mas não podemos “amansar” este problema, visto que a “violência indireta” acontece aos montes em qualquer tipo de escola. O chamado “bulling” – aquele nome ridículo para uma coisa mais ridícula ainda – vem se tornando uma situação cotidiana dentro das salas de aula, de qualquer classe social. E é assim que vemos como a nova geração saberá se portar com os problemas da sociedade. Os jovens, cada vez mais acomodados em sua situação, seja ela qual for, cada vez mais preguiçosos e preocupados com sua própria vida, ou são completamente excluídos do mundo adulto, sem saber lidar com seus problemas tanto pessoais, quanto profissionais, ou se inserem tão rapidamente ao mundo adulto que não se disponibilizam a criticar e agir contra o sistema que se inserem.
Existem lacunas imensas na educação do jovem, tornando-o cada vez mais “livre” e descompromissado. Estas lacunas, sem dúvida nenhuma repercutirão em uma nova geração preocupante. A acomodação do jovem em sua situação é cada vez mais difícil de lidar. Nada lhe incomoda visivelmente, não há nada que o motive, o perturbe. Está claro que a educação não se restringe a escola (ao contrario do que muito pai, infelizmente, pensa), porém tornar o ambiente viável para uma educação decente, com certeza contribuirá para a formação de uma sociedade critica e capaz de realmente mudar alguma coisa.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Encaminhamento dos Poderes

Em todas as sociedades humanas existem pessoas que agem segundo as leis e normas, reconhecidas como legais do ponto de vista constitucional. No entanto, também existem pessoas que não conhecem e desrespeitam esse conjunto estabelecido de leis e normas para um “benefício pessoal”. No crime de corrupção política, os criminosos, ao invés de assassinatos, roubos e furtos, utilizam posições de poder estabelecidas no governo da sociedade para vantagem deles próprios, ou seja, contra a sociedade, contra a maioria! Usam da responsabilidade de cada poder para lucrar e não mais para realizar sua verdadeira função, de regular e manter a ordem socioeconômica (é o caso Brasil).

A corrupção é um exemplo clássico de que a teoria é totalmente diferente da prática. Montesquieu criou um sistema quase perfeito de organização e manutenção da sociedade (fundamentada nos três poderes). O Brasil adotou este modelo, mas desde os tempos das oligarquias, notamos desvio de verbas, defesa de interesses de minorias, sonegação, controle de votos e muito mais... Não é um caso isolado aqui e outro ali não, todos os dias jornais, revistas, rádios, noticiários e o que seja, fazem referências a escândalos na política (valeu Datena). As leis penais brasileiras são suficientes para combater a corrupção, o problema é que destruíram gradativamente a autonomia dos poderes, a criação, execução e a justiça estão comprometidas! Acredito que existam muitas pessoas honestas em nosso país, a questão é que essas passam despercebidas perante a tamanha falta de respeito dos individualistas e corruptos “a falta de valores humanos estão exterminando os valores éticos brasileiros” e denegrindo a imagem do nosso país no cenário mundial (se vira Amorim).

“Contra fatos não há argumentos”.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A Utopia Socialista

O primeiro motivo que encontro para o fracasso da utopia igualitária socialista é esse; o socialismo é uma utopia. Somos diferentes por natureza, e não há como negar isso; cada célula de cada indivíduo carrega uma carga genética diferente. Além disso, as experiências de um não podem ser iguais as de outro; sendo assim, além de diferentes por natureza, sofremos, cada um, criações diversas. Por favor, não entenda isso como uma critica à república também; muito pelo contrário, irei ressaltá-la.

Uma república não tem a obrigação de tornar todos os homens iguais; não em todos os aspectos. Perante seus poderes, eles são; mas estes poderes não sufocam o povo, deixando que cada um trilhe seu próprio caminho; como uma mãe que cria seus filhos amando a todos e depois deixa com que saiam de casa; um para ser médico, outro professor, talvez algum jornalista... Já o socialismo; esse obriga a todos serem iguais e uma república não da conta disso, por isso instala-se um governo autoritário. O governo autoritário, por sua vez, é uma mãe super protetora, acompanhada de uma pai linha dura; além de não poder sair para brincar, a criança apanha se desobedecer às regras. E o que essa criança faz? Foge para rua assim que os pais viram as costas.

Vou explicar melhor a imagem que usei agora. Se a criança for impedida de brincar, ela tentará driblar isso de alguma maneira, e de tanto correr daqui para lá, ela passa pelo seu adversário. O mesmo ocorre no socialismo; o único modo de tornar os homens iguais é implantando o regime autoritário, mas os muros que este coloca em volta do povo ruirão algum dia, pois, como diria meu professor de história, o bom líder deve ser temido, sim; mas também deve ser amado.

Esse é o primeiro motivo que vejo para a derrota do socialismo, como também o principal, mais que isso, o único; sua sociedade não é moldada conforme suas necessidades, mas sim segundo regras rígidas e sólidas. Além disso, lembremos que somos todos homens, feitos de carne e osso e provadores do fruto proibido; o ideal socialista é belo, justo, digno de lutas, e até mesmo batalhas, para os mais extremistas, guerras; mas nós não somos dignos dele. O poder sobe à cabeça dos homens e os que ficam encarregados de governar acabam criando uma pequena elite ao seu redor.

Dessa forma, a única maneira de um governo socialista se manter e sustentar é se todos os seus integrantes, dirigentes e dirigidos, civis e militares, camponeses e cidadãos, pensem coletivamente e defendam a ideologia socialista à própria morte, fome, ganância e instinto; se algum destes se corromper, perde-se a essência socialista. Francamente, chega quase a ser irônico imaginar isso fora de um belo quadro.

Não dizemos que tal piada foi “forçada”, por isso não tem graça? Bom, acho que o mesmo acontece com o socialismo; enquanto o Estado tem que se preocupar em apertar aqui ou ali, modelar cá ou lá e forçar um pouquinho nas pontas para a coisa toda não explodir, a economia dos países liberais corre livre e solta; ao invés de tentar reverter o rio, as nações capitalistas simplesmente deixam seu fluir natural e desimpedido. Vamos concordar, desse jeito fica bem mais fácil.

domingo, 11 de outubro de 2009

Um Verdadeiro Demo

Um bom modo de analisar um governo é saber onde e como ele está investindo o dinheiro público. Penso que um governo que esteja representando sua população, deva investir em áreas fundamentais, como a saúde e a educação.

São a esses fatores que irei me apegar para fazer uma breve análise da direção de Kassab. A intenção da sua gestão, ainda no mês passado (Setembro), era de cortar cerca de 20% do investimento oferecido as empresas terceirizadas responsáveis pela limpeza da cidade. Ou seja, além do corte de gastos conseqüentes da contratação de uma empresa terceirizada para a efetuação do serviço, já que, deixa de ser de responsabilidade direta do Estado à preservação das diversas relações trabalhistas, condições de emprego e deixa, até certo ponto, de ter que negociar com os sindicatos, nosso governante queria diminuir as verbas direcionadas para essa ação tão fundamental para o cotidiano de uma grande cidade.

Contudo, foram esses mesmo sindicatos que, impediram que esse absurdo acontecesse. Com a paralisação de aproximadamente 20% da categoria, segundo o Selurb(sindicato nacional das empresas de limpeza urbana), o governo Kassab recuou em relação à efetuação de tais medidas. Já que, o próprio Selur afirma que esses gastos que são, aparentemente, de 20% entre o governo e as empresas, chega aos trabalhadores como se fossem de 40%.

Voltando ao foco, é bom deixar bem claro que, considero o serviço de limpeza como uma parte da saúde, pois essa atividade feita corretamente diminuirá e muito o número de doenças relacionadas à concentração de lixo, ou a falta de saneamento básico.

A virada cultural, também, sofreu muito. A edição do ano passado (2008) foi muito melhor organizada, com um número extremamente maior de policiais, garantindo, bem ou mal, a segurança, além de ter tido eventos, no geral, infinitamente melhores do que a deste ano, época na qual não há eleição. Portanto, na lógica governamental, não necessita ser formidável.

Se somarmos isso aos projetos apresentados no ano passado, pelo próprio Kassab contra seus adversários na busca da prefeitura da cidade de São Paulo, o atual prefeito, em poucos, ou até em nenhum momento demonstrou um projeto que visasse à melhoria da qualidade do ensino nas escolas públicas. As modificações seriam feitas em torno do material de construção da escola. A ex-prefeita, Marta Suplicy, era acusada de fazer escolas de “latão”. Inacreditávell, mas sua campanha educacional se baseou nesse dilema.

Realmente, não considero que o material com que a escola é feito, modifica de maneira tão contundente a qualidade do ensino, mesmo tendo sua relevância. Todavia, é muito estranho, um prefeito apresentar um projeto educacional baseado no espaço físico das escolas e não no conteúdo que será transmitido.

O mais recente escândalo foi exposto no dia 6/10 na Folha de S. Paulo. O artigo diz que Kassab planeja investir cerca de 105 milhões de reais em publicidade no ano das eleições. Ou seja, mais do que para a reforma de corredores de ônibus. Porém, o que mais chama atenção é que esse valor é superior ao que se pretende gastar na ampliação, reforma e construção de CÉUS e escolas de ensino fundamental. Será simplesmente o recorde gasto com publicidade na cidade. Mesmo há pouco tempo o prefeito tendo congelado muito dinheiro público, devido à crise financeira, para diversas áreas, Kassab não deixou de investir em publicidade.

Isso sem contar, no recente escândalo das merendas escolares, que visivelmente se apresentavam péssimas qualitativamente. Todos esses fatores demonstrados, já nos possibilitam criar uma idéia sobre a gestão de um Democrata, que mantêm a educação e a saúde precárias. Campos que interferem de maneira direta na população, onde governos que dizem se preocupar com as classes menos favorecidas deveriam investir financeiramente, e/ou por meio de novos projetos.

Logo, o partido democrata (DEM), de Gilberto Kassab, utiliza de um nome que deveria representar o interesse da maioria, sem desconsiderar a minoria, é claro, como alguns dos fatos citado acima explicitam, com o intuito de permanecer no poder. Fica nítido que ações para o interesse da maioria estão longe de acontecer.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Mera coincidência?

Sendo a maior potência econômica e de maior influência geopolítica no âmbito global, os Estados Unidos fazem com que seu discurso seja sempre amplamente difundido.

Já no pós-Primeira-Guerra-Mundial, quando viu sua economia emergir, devido à ausência da concorrência produtiva européia, o discurso estadunidense resplandecia de idéias favoráveis ao liberalismo econômico. Enquanto a economia crescia na década de 1910, o presidente dos Estados Unidos, na época o democrata Woodrow Wilson, adaptou seu discurso, ao ser prevenido por seus assessores que tal prosperidade iria entrar em colapso, de modo a propor uma regulação econômica, que diminuiria os lucros, mas preveniria o país de uma crise de super-produção.

É de conhecimento geral que ele não foi ouvido: a década de 20 foi predominantemente governada pelos republicanos de discurso liberal e foi uma literal "festa-do-caqui". Mas a Crise de 29 se sucedeu e foi a maior crise de toda a história do capitalismo moderno, em escalas de expansividade e gravidade.

Essa crise moldou mais uma vez a política, tanto interna como externa, do país: o partido republicano, representando a burguesia nacional, na figura do presidente Herbert Hoover, ficou paralisado, e para sustentar seus ideais liberais propunha que deixasse que o mercado se auto-regulasse. E isso durou três anos, de 29 à 32, quando houve eleições.

Por ter proposto como plano, plano nenhum, Hoover perdeu drasticamente as eleições de 32 para o conhecido 32º presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt, um democrata, que vinha propondo mudanças.

Essa sucessão, de um discurso antigo por outro que promete novos paradigmas é exatamente a que aconteceu recentemente, mais uma vez nos Estados Unidos.

Como se não bastasse, foi novamente o discurso do Partido Republicano que faliu, e o Democrata que apareceu prometendo mudanças. Obama, "Yes, We Can", e todo o pressentimento, internacionalmente propagado, de que agora os Estados Unidos vai mudar.

Conta com grande apoio internacional, mas não com tão grande prestígio dentro de seu próprio país. Inclusive, um dos fatores que aumenta sua impopularidade nos próprios EUA é a estatização que seu governo apóia, do sistema de saúde, que custará aos cofres da receita mais de 1 trilhão de dólares. Essa atitude faz com que Obama seja inclusive taxado de comunista por alguns opositores de seu próprio país.

Barack Obama trouxe na última quarta feira, no seu discurso à Assembléia Geral da ONU quais seriam as mudanças pelas quais o seu governo, representando a nação estadunidense, apoiaria

O país que até hoje conquista, através de guerras ou de influência cultural, praticamente o mundo inteiro, através do processo que é chamado de globalização, têm no início de seu discurso :" Nenhuma nação pode ou deve tentar dominar outra nação".

É dito isso, frente à conclusão que "Nenhuma ordem mundial que eleve uma nação ou grupo sobre outra vai ser bem sucedida". Essa frase explica por que o mundo apóia o que Obama defende em tese, mas seu próprio país não. Não é fácil conciliar aos mais ferrenhos defensores da Liberdade, que o valor da Igualdade tem igual peso, pelo menos na conjuntura geopolítica atual.

Faz com que os estadunidenses se remetam ao Comunismo, que é ensinado como sendo um sistema de produção maldito nas escolas públicas de todo o sistema de ensino dos EUA desde o começo do século XX.

. A atual estratégia geopolítica dos Estados Unidos vai muito além das características típicas da chamada política do "Good Neighbor" de Delano Roosevelt e Harry Truman nas décadas de 30 e 40, ultrapassa as barreiras continentais e tenta abranger um nível global, demonstrando através de seus discursos, como o de Obama no Cairo em Junho desse ano. Os Estados Unidos não mantém todos as suas posturas, como a de defender Israel independente das ações do país, mas algumas outras não mudam, ao referir-se no discurso de quarta-feira à Ahmadinejad e à pretensão iraniana de enriquecer urânio.

Não é mera coincidência que foram as propostas intervencionistas de Keynes que guiaram o New Deal de Delano Roosevelt, que se desviavam da predominante ideologia liberal, as que foram aprovadas pelos Estados Unidos na década de 30. E nem que hoje é o discurso de Obama o que recebe aplausos homogêneos na platéia da Assembléia Geral da ONU. Mas tantas mudanças, com o objetivo esclarecido por Obama : " ...minha responsabilidade é agir em interesse de minha nação e de meu povo". Mas não deixa de aliviar com " É minha crença profunda de que, este ano mais do que qualquer outro da história, os interesses das nações e das pessoas são compartilhados".

O que parece uma série de grandes mudanças no que diz respeito à política externa, soa dissonante ao conservador revezamento do poder entre apenas dois partidos políticos nos Estados Unidos. Em que medida se pode chamar de democracia uma manutenção tão regrada entre dois partidos que chegam ao poder? Desde 1789, apenas nove anos foram governados por partidos que não um dos dois: ou o democrata ou o Republicano.

Isso se deve à maneira como idéias e estratégias políticas são amplamente difundidas e acatadas pela sociedade dos EUA e depois de acatadas, dificilmente submetidas à segundas análises?

Se percebe, na análise da conjuntura econômica do país, que se pode responder à essa pergunta com um "sim": Somente em momentos de crise econômica, é que o país exportador do consumista "American Way of Life" se mostra disposto a apoiar idéias novas. E idéias novas, mas de partidos tradicionais. Não é de se indagar o quão conservadoras são as mudanças por lá?

sábado, 3 de outubro de 2009

A Luta de Classes

Por mais que muitos intelectuais da esquerda entendam que a sociedade de hoje é muito mais complexa que a de Marx e que, portanto, não pode ser apenas dividida por proletariados e burgueses, a luta de classes ainda existe. Recentemente, vimos que diversas categorias estão lutando e reivindicando seus direitos trabalhistas, como os bancários, os metalúrgicos, os funcionários terceirizados responsáveis pela limpeza e os empregados dos Correios.

Os bancários pararam cerca de 264 locais de trabalho com a adesão de aproximadamente 16 mil pessoas, segundo seu sindicato, atrelado a CUT(Central Única do Trabalhador). Os bancários se reuniram na quarta-feira e por unanimidade das aproximadamente 2 mil pessoas que compareceram a reunião, decidiu-se entrar em greve por tempo indeterminado por não concordar com o reajuste proposto pela federação dos bancos (FENABAN), que gira em torno de 4%. A modificação que seria importa também reduziria a PLR (participação nos lucros e resultados), além de não garantir melhores condições de trabalho para a categoria. As exigências dos trabalhadores são de que haja um reajuste salarial de 10%, aumento na PLR, proteção ao emprego e melhores condições de trabalho. O movimento parece estar tão organizado que, cerca de mil pessoas compareceram a passeata em nome da paralisação proposta pelo sindicato na sexta feira (25/09), na Avenida Paulista.

Além disso, segundo o Globo, no dia 21 de Setembro, os trabalhadores responsáveis pela limpeza da cidade entraram em greve. Estariam reivindicando a demissão de 1.868 garis pelas empresas do setor (568 já demitidos e outros 1.300 que seriam). Isso se agravaria, principalmente, com o corte de investimentos que era de interesse da gestão Kassab de aproximadamente 20% para as empresas responsáveis pela terceirização. Contudo, segundo o sindicato responsável pela categoria, Selur, por mais que os cortes girassem em torno de 20%, da prefeitura para as empresas terceirizadas, os reflexos nas empresas e, portanto, nos trabalhadores, estaria por volta de 40%. A greve, então, só seria suspensa se as empresas prometessem recontratar os demitidos e garantissem que não demitiriam mais. Porém, depois da paralisação do 21 de setembro, de aproximadamente 20% da categoria, o governo Kassab voltou atrás nos cortes de investimento as empresas, amenizando a situação.

Enquanto isso, os metalúrgicos, que costumam formar uma classe muito combativa, entraram em greve na sexta feira, dia 18 de Setembro, segundo a Folha de S. Paulo por tempo indeterminado. Os funcionários da GM de São Caetano do Sul e de São José dos campos entraram em greve pedindo reajustes salariais. Segundo o sindicato, 1.800 veículos deixaram de ser produzidos nas duas regiões na sexta feira devido às interrupções. Os representantes da greve do ABC não aceitam um reajuste menor ao desenvolvimento obtido pelas empresas que, portanto, lhes concederia um aumento real de 2%, além dos 4,4% da inflação do período, mais abono correspondente a um terço do salário médio do grupo.

Engana-se quem pensa que as greves param nos metalúrgicos. A comissão central de greve dos Correios admiti que 80% dos funcionários aderiram ao movimento, enquanto a direção dos Correios acredita que apenas 20% dos trabalhadores aderiram a greve. As reivindicações são muito fortes, desde o dia 12 de Setembro, exigem um aumento que não acontece desde 1995. Gostariam de um acréscimo de 47% do salário, mais 3% por causa da inflação e um aumento linear que gira em torno de 200 reais, além da contratação de 25 mil funcionários, com a garantia de melhorias nas condições de serviço. No entanto, a empresa oferece um aumento de 13% e de 4% para os que ganham maiores salários.

As contradições do capitalismo fazem com que os interesses de uma classe se sobreponham as demais, ou seja, as menos favorecidas. O sistema fundado na grande desigualdade entre as classes faz com que aquelas que estejam mais organizadas no âmbito sindical, consigam certos privilégios.

Agora, é um absurdo pensar na facilidade que os representantes da nossa democracia têm para conseguir certos privilégios. Os deputados federais e Senadores da república, inspirados pelo aumento dos Procuradores e Integrantes do Judiciário e dos Juízes do STF de 5% num primeiro momento e de 3% para o começo do ano que vem, fazendo com que seus salários passem para algo em torno de 26 mil reais, querem uma ampliação salarial que variaria dos atuais 16 mil reais para os 24 mil. É bom deixar claro que apenas a bancada do Psol é contra tais reformas.

Por outro lado, a base da nossa economia, ou seja, a força de trabalho nacional se submete a situações que podem deixá-los sem seus respectivos empregos, sem considerar que dificilmente conseguem os aumentos pedidos inicialmente pela categoria. Tratamos, também, de salários muito reduzidos se comparados aos dos deputados federais. Dinheiro que trata, em alguns casos, da sobrevivência de muitos, enquanto, em Brasília, do luxo e da ganância da maioria.

Isso deixa claro que a luta de classes está mais do que viva. Mesmo que nos nossos tempos tenhamos relações muito mais complexas, nosso sistema econômico, social e polítoc promove tamanha desigualdade que certas instituições que conseguem criar a noção de classe, grupo, ou, simplesmente, do coletivo, viabiliza a luta por uma maior igualdade social.