sábado, 22 de agosto de 2009

Será o Fim da Crise?

Não precisei nem especificar no título de que crise estou falando, porque desde o fim do ano passado, escutamos notícias e mais notícias falando dos graves problemas de empresas como a AIG, GM, da possível inflação de países como os EUA devido ao alto investimento público e até do medo de diversas nações espalhadas pelo mundo da menor arrecadação dos seus respectivos PIBs.

Escutei muitos dizendo, inclusive professores, que essa talvez fosse a crise que colocaria um ponto final no capitalismo, que teríamos de viver de outro modo, já que este sistema estava nos dando adeus. Não estou crucificando nenhum professor, porque cheguei a acreditar nisso também, pois além das aulas, me baseava nas reportagens que tentavam demonstrar a situação do mundo, nos efeitos que essa crise causou na China, país que crescia de maneira expressiva ao ano e, que passou a ter uma debandada de pessoas da cidade de volta para o campo por causa do fechamento de diversas indústrias.

Curioso que a crise, segundo economistas, começou nos EUA com um processo em cadeia. Os bancos precisam investir e emprestar, pois é através dos juros que aplicam sobre esse dinheiro emprestado que geram seus lucros. Portanto, passaram a investir e, emprestar às pessoas que são consideradas de risco, pois aquelas que teriam como pagar, seguramente, nos EUA, não precisavam de dinheiro. Deixar de emprestar para essas pessoas que talvez não pudessem retornar o dinheiro cedido pelo banco e, não emprestar para ninguém, como conseqüência, era estagnar o crescimento desses bancos. Essas pessoas que são consideradas de risco deixaram suas casas, carros ou outros pertences como garantia para os bancos. No final das contas, muitos bancos passaram a ter diversas casas, porém sem compradores e com um grande buraco financeiro devido às dividas que foram feitas.

No entanto, essa é uma visão mais liberal ou neo-liberal baseada nos princípios de Adam Smith e outros economistas chamados de clássicos. Um modo de analisar essa crise é à velha maneira marxista. Ainda mais nesses tempos em que muitos previam o fim do capitalismo, o discurso de Marx explicitado em uma das suas maiores obras “O Capital”, foi recordado, exclusivamente, com a parte e a idéia de que as contradições do capitalismo levaram ao fim desse sistema.

Porém, certas matérias jornalísticas mais recentes nos fazem pensar que este talvez não seja o fim do capitalismo e, que talvez as previsões de Karl Marx terão de esperar mais um tanto para o mundo vê-las concretizadas.

Enquanto isso não acontece, quem sabe não seja interessante nos apegar a outro economista, mais recente que Marx, Shumpeter. Ele acreditava que o capitalismo tinha fases de crescimento, recesso, depressão e que entre uma fase depressiva e um novo crescimento, estava a criação de novas tecnologias que empurrassem novamente a economia mundial para cima.

O mercado mundial atual aparenta uma maior estabilidade se comparada a tempos recentes, embora, ainda não possamos dizer que estamos em um crescimento econômico global, pois para recuperar todos os empregos perdidos demoraremos bastante, caso isso venha a acontecer um dia.

Um bom exemplo a ser analisado foi exposto na Folha de S. Paulo do dia 4 de agosto de 2009, quando se publicou que a Bovespa atingiu o maior patamar de desenvolvimento desde agosto de 2008, de 2,25%, atingindo assim, 55.997 pontos. Enquanto isso, a matriz do capitalismo, EUA, também dá sinais de que sua reestruturação está acontecendo, pois sua bolsa superou pela primeira vez a marca dos mil pontos desde novembro de 2008, ano em que a crise se agravou.

Além dos aumentos das bolsas dos EUA e do Brasil, tivemos o primeiro registro de alta nas vendas da Ford desde novembro de 2007, enquanto no Brasil, o Bradesco teve um grande lucro neste trimestre, cerca de 4 bilhões de reais, mesmo considerando que a inadimplência tenha aumentado. Isso representa um aumento de quase 3% em relação ao mesmo lucro líquido do Bradesco do ano de 2008.

Segundo David Dietze, economista da Point View Financial Services, "São novos dados mostrando que provavelmente a economia dos EUA começa a se recuperar. E que, provavelmente, o pior da crise tenha ficado para trás". David comenta as demonstrações de crescimento da economia americana, que se desenvolveu baseado nos gastos públicos na construção civil que tiveram crescimento recorde no mês de julho de 2009. Agora, nos resta apenas esperar e saber se esse otimismo em relação ao capitalismo é apenas um otimismo ou, uma realidade.

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