quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Papel do Homem na Modernidade

A modernidade é um projeto criado pelo próprio homem com o intuito de melhorar suas condições de vida através de conhecimentos e tecnologias. Além disso, tenta guiar nossa vida por meio de conhecimentos científicos, não religiosos e etc. Porém, será que ainda somos o objetivo dela?

O meio de organizar e modernizar o mundo hegemônico, desde o final da guerra fria, ou da queda da URSS, é o capitalismo representado pelos EUA. No entanto, devemos averiguar se o modelo capitalista proposto pelos Estados Unidos e seguido pelo governo brasileiro tem o homem como principal objetivo.

Segundo a Folha de S. Paulo do dia 5 de agosto de 2009, as empresas responsáveis pela construção civil deixaram de investir em equipamentos de segurança por causa da recente instabilidade financeira global na qual presenciamos. Logo, essas empresas passaram a ter seus trabalhos menos exigidos. Todavia, talvez, não tenham tido grandes abalos financeiros, pois seus gastos passaram a ser muito menores no momento em que deixaram de investir em materiais de segurança para seus empregados. Essa atitude gerou um aumento de 33% nas mortes da construção civil de Janeiro até Julho do ano de 2009, se compararmos com a mesma época do ano passado.

Algum tempo atrás, para muitos intelectuais, o trabalho era o maior valor social. Logo, o homem era apenas um trabalhador usado para mover a economia, deixando sua personalidade em segundo plano, já que era definido socialmente com base na sua ocupação trabalhista. Contudo, hoje em dia, para certos pensadores, o trabalho passou a ser meio para o consumo, maior valor social. Justificando o fato dos EUA injetarem dinheiro no mercado financeiro para terem pessoas trabalhando e, como conseqüência, comprando. Aliás, esse foi o anúncio do ex-presidente americano, George W. Bush depois da morte de diversas pessoas no trágico 11 de setembro: “Vão às compras”, ou seja, movam a economia. Afinal, o mais importante era o problema que isso poderia gerar nessa super potência e não o fato de muitas pessoas terem perdido suas vidas.

O choque, entretanto, se torna mais forte quando escutamos a média salarial dos cortadores de cana, que segundo o representante do Mistério do trabalho, Roberto Figueiredo, são a elite da colheita agrária no Brasil, devido às “boas” condições e salários se comparados às outras colheitas manuais.

O dinheiro recebido pelos cortadores representa uma parcela mínima do lucro de qualquer objeto vendido pela Usina. Isso se considerarmos que essas pessoas são responsáveis pela parte mais sacrificante do processo social da produção do açúcar e/ou do álcool, pois são eles que se submetem a um desgaste físico desproporcional.

Enquanto essas empresas aproveitam tudo para gerar mais e mais dinheiro, deixam seus trabalhadores vulneráveis a acidentes e, pagam a um cortador aproximadamente 30 centavos a tonelada cortada, como foi dito por um representante da Usina sucroalcooleira São Francisco. Isso sem considerarmos que o desgaste diário de um cortador de cana é semelhante ao de um jogador de futebol numa partida de aproximadamente 8 horas.

Portanto, se o homem é o centro da modernidade e tem que passar por essas situações, não quero nem saber o que poderia nos acontecer se não fossemos o foco dela.

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