quarta-feira, 29 de julho de 2009

Mudanças do Mercado Mundial Futebolístico

A janela de transferências do mercado mundial futebolístico do mês de julho do ano de 2008 e de janeiro de 2009 foi marcada pela falta de mudanças de jogadores de clubes para outros. Isso fora atribuído por muitos jornalistas a crise financeira mundial que atacou diversas empresas que estão fortemente atreladas a grandes clubes, principalmente, europeus, que são os maiores compradores de atletas.

No entanto, essa abertura do mercado, de julho de 2009, mostra sinais de que pelo menos os grandes clubes, financeiramente falando, estão, aparentemente, se reestruturando, pois muitas transferências de grandes atletas foram feitas, enquanto outras ainda são esperadas.

Cristiano Ronaldo fora comprado no início do mês de julho de 2009 pelo Real Madrid da Espanha por 94 milhões de euros, aproximadamente 257,9 milhões de reais, além de trazer, na mesma época, Kaká por 65 milhões de euros, cerca de 180 milhões de reais. Isso sem contar na venda do Argentino Carlitos Tevez para o Manchester City por uma grande quantia financeira do rival Manchester United. Essas, sem dúvida, foram às grandes negociações do mercado mundial até o momento, ao lado da troca que a Inter de Milão fez com o Barcelona, entre o sueco Ibrahimovic, ex-Inter, e do camaronês Samuel Eto’o que foi para a Milão. Contudo, ainda há muito tempo para o fim dessa janela de transferência, justificando o motivo pelo qual, diversas outras negociações são esperadas.

Essas transações, que demonstram, novamente, um grande poder de compra dos clubes europeus e até asiáticos, também estão acontecendo no Brasil, pois a quase uma semana, no dia 21 de julho de 2009, o Fenerbahce da Turquia comprou numa tacada só dois dos principais atletas do elenco corinthiano, Cristhian e André Santos, que também já conta com a perda de Douglas para os Emirados Árabes. Isso sem considerar que o futebol brasileiro já conta com as perdas de Keirrison e de Ramirez para o Barcelona e Benfica, respectivamente. Além da venda do atacante Nilmar, que tanto encantava o torcedor colorado, para o Villareal da Espanha.

O campeonato brasileiro do ano de 2008 fora único em relação as demais competições nacionais mais recentes, porque mesmo depois da abertura da janela de venda para o mercado externo, manteve-se um futebol bonito e bem jogado, muito devido à saída em menor quantia de atletas diferenciados. Todavia, esse ano parece que voltaremos à rotina de apenas criar craques e vendê-los sem que eles possam se tornar ídolos em seus times.

Porém, não podemos limitar este fenômeno a uma análise futebolística, sem uma visão das macro-estruturas econômicas, pois o futebol não deixa de ser mais um mercado dentro do sistema capitalista. Logo, a instabilidade do comércio mundial faz com que o futebol tenha uma menor movimentação financeira como, por outro lado, a volta de uma maior harmonia do mercado tem como conseqüência uma maior transferência de atletas, por exemplo.

Será que esse é um sinal do fim da crise financeira que começou nos EUA? Talvez não, mas se essa crise está se passando e, fazendo com que retornemos a uma maior estabilidade da economia mundial, ela aconteceu com soluções dentro do próprio capitalismo, já que esse deve ser um dos primeiros momentos da história, desde a criação da teoria socialista, que não tivemos uma proposta de saída da crise por viés marxista.

Com certeza, isso demonstra a fragilidade desse pensamento nos dias atuais, porém, devemos deixar claro que essas possíveis mudanças no mercado mundial não necessariamente ocorreram seguindo o modelo neoliberal, mas sim, uma corrente bem antiga do capitalismo, o Keynesianismo, adotado pelo governo americano com seus grandes investimentos públicos, procurando salvar as empresas privadas e, assim, gerar um maior equilíbrio global. Quem sofre com isso? Nós, torcedores que somos obrigados a ver e torcer por atletas de baixo nível técnico que acabam com a beleza do campeonato nacional de um país cinco vezes campeão mundial.

Um comentário:

  1. Certamente Borges, e eu ponho na conta de um fato principal essa descaracterização do futebol Tupiniquin, que é a Lei Pelé. Segundo os defençores as lei era em prol da jogador escravizado pelo clube, só que agora o futebol virou terra de empresário, e em terra de empresário não há espaço para pequenos, por isso vemos os grandes e pequenos acabados, endividados e vendos suas jóias irem embora para o exterior.

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